viernes, 7 de octubre de 2011

Around Things



CHICO E MILTINHO - CÁLICE

CHICO BUARQUE - LEITE DERRAMADO



Há alguns anos, que sou grande admiradora de Chico Buarque, praticamente desde o LP, A Banda, a partir daí tenho recebido dele muitas canções, realmente importantes na minha vida, porque me tocam bastante. Difícil citar algumas, porque de facto gosto de muitas. Felizmente já tive a oportunidade de assistir a um dos seus espectáculos ao vivo. Também admiro «o cara», pela sua luta em prol da democratização do Brasil, que motivou por algum tempo o seu exílio. Já fiz referência em blogue ao Chico cantor, mas Chico também escreveu peças musicais, como: Roda Viva, Gota de Água, Saltimbancos, Ópera do Malandro e Circo Místico.
Só agora, lamentavelmente, descobri a sua faceta de romancista e já escreveu: Estorvo, Benjamim, Budapeste e Leite Derramado. Ando precisamente a ler, Leite Derramado e tem sido uma grande surpresa para mim, um livro interessante, dramático, mas irónico e satírico simultâneamente. Relativamente a Chico-romancista, nos meios literários há um certo preconceito, para mim absolutamente infundado, qualquer personalidade, em qualquer género artístico, faz coisas mais profundas e outras mais ligeiras e para mim as denominadas, mais ligeiras, também podem ter profundidade, é uma questão de análise.

OBRAS DE HIERONYMUS BOSCH

AS TENTAÇÕES DE SANTO ANTÃO
O JULGAMENTO
O JARDIM DAS DELÍCIAS

HIERONYMUS BOSCH (1450-1516)

Hieronymus Bosch - pintor e gravador flamengo, dos séculos XV e XVI.
Muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo. Pintores alemães, como Albrecht Dürer, influenciaram a obra de Bosch. Apesar de ter sido quase contemporâneo de Jan van Eyck, o seu estilo era completamente diferente. Especula-se que sua obra, terá sido uma das fontes do movimento surrealista do século XX. Pieter Brueghel o Velho, foi influenciado pela arte de Bosch e produziu vários quadros num estilo semelhante.
Sabe-se muito pouco sobre a sua vida. A não existência de documentos comprovativos, levam a que se pense que, Bosch tenha vivido sempre na sua cidade natal. Aí se terá iniciado na pintura na oficina do pai (ou de um tio), que também eram pintores.
Foi especulado, ainda que sem provas concretas, que o pintor pertenceu a uma seita que se dedicava às ciências ocultas. Aí teria adquirido inúmeros conhecimentos sobre os sonhos e a alquimia. Por essa razão, Bosch teria sido perseguido pela Inquisição. Sua obra também sofreu a influência dos rumores do Apocalipse, que surgiram perto do ano de 1500.
Existem registos de que Filipe o Belo da Borgonha, encomendou a Bosch um altar que deveria representar o Juízo final, o Céu e o Inferno. A obra, actualmente perdida, valeu ao pintor o reconhecimento e várias encomendas. Por outro lado, a grande abundância de pinturas de Bosch em Espanha, é explicada pelo facto de Filipe II de Espanha, ter coleccionado avidamente as suas obras.
Bosch é considerado o primeiro artista fantástico. Actualmente apenas existem cerca de 40 originais, dispersos por museus da Europa e dos Estados Unidos da América. De entre estes, a colecção do Museu do Prado de Madrid, é considerada a melhor para estudar a sua obra, visto albergar as melhores obras, segundo os críticos. As obras de Bosch demonstram que foi um observador minucioso, assim como, um refinado desenhador e colorista. O pintor utilizou estes dotes para criar uma série de composições fantásticas e diabólicas onde são apresentados, com um tom satírico e moralizante, os vícios, os pecados e os temores religiosos, que afligiam o homem medieval. O original tríptico As Tentações de Santo Antão, pode ser visto, no Museu Nacional de Arte Antiga. Desconhecem-se as circunstâncias da chegada da obra a Portugal, não sendo certo que tenha feito parte da colecção do humanista Damião de Góis, como algumas vezes é referido.

CARLOTA JOAQUINA

Segundo investigações de Marsilio Cassotti, para escrever um livro sobre D. Carlota Joaquina, mulher de D. João VI, a fama escandalosa de ter muitos amantes, inclusive de D. Miguel não ser filho do rei, não se confirma. O mesmo diz, que Carlota Joaquina não foi feliz em Portugal, a não ser, quando veio com 10 anos e teve um relacionamento com D. Maria I, como de neta-avó e não nora- sogra. A infelicidade, que depois sentiu, teve como motivo o pouco que sabia de Portugal e a instabilidade, que nessa altura se vivia em Portugal. Marsilio Cassotti no seu livro, faz o retrato de Carlota Joaquina, como uma mulher, mais astuta que inteligente e bastante impulsiva. Além disso, Carlota Joaquina, cedo começou a sofrer dos ossos e começou a tomar medicamentos altamente tóxicos, que lhe foram atacando o coração e depois o cérebro, que podem justificar as suas excentricidades e os seus comportamentos absurdos e desrespeitosos. Tinha uma grande sede de poder, mas não o conseguia conservar. Podia ter metade do mundo a seus pés, tinha o direito dinástico às coroas de Espanha, pela dupla abdicação do seu pai, Carlos IV e do seu irmão Fernando VII, prisioneiros de Napoleão, a que juntaria a soberania de colónias na América do Sul (Brasil, Argentina, Peru). O seu apoio ao filho D. Miguel, chefe da contra-revolução absolutista, durante as lutas liberais, fez com que passasse à história, com toda a negatividade que é conhecida.
CARLOTA JOAQUINA - O PECADO ESPANHOL - de Marsilio Cassoti

ALBRECHT DÜRER (Nuremberga 1471-1528)

AUTO-RETRATO






Nos primeiros anos, na Alemanha, já estava aberto para a influência do Renascimento. Seus melhores trabalhos dessa época, foram xilogravuras, cenas de gosto popular, como as famosas séries de dezasseis cenas do Apocalipse, as sete cenas da Paixão, as séries da Sagrada Família e dezassete ilustrações da vida da Virgem Maria. Dürer trabalhou também em gravação em cobre, mais detalhada e de melhor retorno financeiro. Não tentou reproduzir tantas imagens como nas xilogravuras, mas produziu uma quantidade de Madonas, personagens bíblicos ou santos, nus mitológicos e grupos de pessoas comuns, alguns satíricos.
O artista veneziano Jacopo de Barbari, que ele tinha conhecido na Itália, veio a Nuremberga e influenciou Dürer para os novos conhecimentos de perspectiva, anatomia e proporção. Na segunda visita à Itália, Dürer optou pela técnica da pintura, produzindo uma série de trabalhos em têmpera sobre tela, incluindo retratos e peças de altar. Em Veneza, esteve um ano e as suas gravuras adquiriam grande popularidade.

Dürer voltou a Nuremberga e montou atelier,a sua reputação espalhou-se por toda a Europa e convivia com os mestres da época. Rafael, sentia-se honrado em trocar desenhos com ele. Neste período Dürrer, pintou os seus melhores quadros, mas também fez gravuras, xilogravuras, retratos em têmpera, experiências em gravações, em ferro e zinco.
Dürrer, tinha como mecenas o Imperador Maximiliano, e devido à sua morte e ao aparecimento de doenças contagiosas em Nuremberga, viajou,para os Países Baixos, para estar presente na coroação do novo imperador, Carlos V. Aí conheceu o grande humanista, Erasmo de Roterdão. Quando retornou a casa, tinha contraído uma doença indeterminada, que o afligiu pelo resto da vida.
Os últimos anos, foram dedicados mais à escrita, porque como homem renascentista, tinha muitos outros interesses. Dois dos seus livros foram publicados em vida: Instrução para medições à régua e ao compasso e o Tratado sobre fortificações. O livro, Sobre proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em 1528, com a idade de 56 anos.

PINTURA FLAMENGA

Depois de abordada a pintura renascentista italiana, terá que se fazer um recuo e voltar ao século XV, para abordar a excelente pintura flamenga, outro local onde a pintura teve um desenvolvimento extraordinário e que faz um paralelo com o renascimento italiano.
A pintura flamenga floresceu no começo do século XV até o século XVII. A região de Flandres, no norte da Bélgica e nos Países Baixos, produziu os maiores pintores do norte da Europa e atraiu muitos outros de regiões vizinhas.
A Pintura flamenga surgiu igualmente através do desenvolvimento de uma mentalidade burguesa (comércio e banca= mercado da arte) e está ligado a uma evolução ideológica, para novas formas da Natureza, menos transcendentais : cultura visual fundamentada em tradições que privilegiam a observação atenta do mundo natural e valorizam a superfície material da imagem.
À visão sintética e unitária da perspectiva linear, contrapõe-se na pintura flamenga, uma análise meticulosa da realidade integrada numa concepção mais empírica do espaço. O elemento unificador é a luz que envolve todas as partes da representação, valorizando os mínimos pormenores.
O resultado é uma descrição extremamente precisa da riqueza do universo visível, onde o espaço atribuído ao homem não é central nem exclusivo, pois cada elemento, quer seja um objecto do quotidiano ou uma parte da paisagem, merece ser representado e adquire um significado simbólico.
No norte da Europa, a Renascença materializou-se em torno da visão realista da obra de Albrecht Dürer.

Nos Países Baixos, os pintores seguiram o impulso setentrional para a observação precisa e para o naturalismo, no âmbito das paisagens e retratos. Assim como na Itália, a Renascença setentrional terminou com o Maneirismo, que durou uma geração a mais que na Itália.
A pintura de paisagens tornou-se uma das mais duradouras marcas da pintura norte-europeia do século XVI. Antes, houvera as pequenas paisagens de camafeu, vislumbradas por janelas e portas de cenas de interiores. É Joachim Patinir quem fornece o ele entre o mundo gótico e o renascentista, entre o passado e o futuro. Há nele a influência de Albrecht Dürer, cujas gravuras já estavam disponíveis na época, e as iluminuras medievais.
O único rival de Dürer, ao título de maior artista norte-europeu é Pieter Brueghel. As influências mais fortes da sua obra, foram de Bosch e Patinir. Nas suas pinturas há uma continuidade flamenga, das fantásticas criações de Bosch e das paisagens de Patinir.

Inicialmente vou fazer referência ao alemão Albrecht Dürrer, seguindo-se Hieronymus Bosch da Flandres , que estão na base da pintura flamenga, como foi descrito atrás. Para mim, Dürer, Bosch e Brueghel, são pintores únicos, que merecem um destaque especial, como já mereceu El Greco, porque têm um trabalho incomparável e, à parte certos movimentos, foram bastante originais.


JOSÉ RODRIGUES MIGUEIS (Lisboa 1901-Nova Iorque 1980)


Num trabalho, que me agrada fazer, já há longo tempo venho a recordar os bons escritores portugueses e estrangeiros, hoje recordarei, José Rodrigues Miguéis, que nasceu em Alfama e passou a infância e adolescência em Lisboa, onde mais tarde se licenciou, em Direito. Nunca exerceu de forma sistemática a profissão, porque os seus interesses eram a Literatura e a Pedagogia e isso levou-o a licenciar-se em Ciências Pedagógicas na Universidade de Bruxelas, tendo posteriormente dirigido, com Raul Brandão, um conjunto inacabado de Leituras Primárias, obra que nunca viria a ser aprovada pelo governo.
Migueis, herdou do pai, um imigrante galego, as ideias republicanas e progressistas e cedo entrou em conflito com o Estado Novo, o que acabaria por o levar ao exílio nos Estados Unidos da América. Desde essa altura e até à sua morte apenas voltaria pontualmente a Portugal. Em 1942 viria a adquirir a nacionalidade americana. José Rodrigues Miguéis pertenceu ao chamado grupo Seara Nova, ao lado de grandes autores como Jaime Cortesão, António Sérgio, José Gomes Ferreira, Irene Lisboa e Raul Proença. Colaborou em diversos jornais como O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa e República. Foi, juntamente com Bento de Jesus Caraça, director de O Globo, semanário que viria a ser proibido pela censura em 1933. Nos Estados Unidos trabalhou como tradutor e redactor das Selecções do Reader's Digest. Segundo os linguistas, Óscar Lopes e António José Saraiva, a sua obra pode ser considerada como realismo ético, com as influências de autores, como Dostoiévsky ou o seu amigo Raul Brandão. De resto, parecem claras, nas suas primeiras obras, as influências estéticas da Presença, podendo ler-se nas entrelinhas das suas obras, simpatias com as temáticas neo-realistas portuguesas. Tem obras traduzidas em inglês, italiano, alemão, russo, checo, francês e polaco.
Em 1961 foi eleito membro da Hispanic Society of América e, em 1976, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Em 1979 foi agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada, com o grau de Grande Oficial.
Escreveu romance, novelas, contos, narrativas, teatro e crónicas.

PRAIA MUITA PRAIA





Manhã de praia em Labruge, almoço na esplanada da Praia do Sampaio e fim de tarde na Praia Azul.

PINTURA MANEIRISTA OU MUITO MAIS? - EL GRECO (1541-1614)



Doménikos Theotokópoulos, mais conhecido como El Greco, foi pintor, escultor e arquitecto. Nasceu em Creta, que naquela época pertencia à república de Veneza, e era um centro artístico pós-bizantino e foi ali que se tornou um mestre dentro dessa tradição artística, antes de viajar, aos vinte e seis anos, para Veneza.Em 1570 mudou-se para Roma, onde abriu um atelier.Durante a sua permanência em Itália, enriqueceu o seu estilo com elementos do maneirismo e da renascença veneziana. Mudou-se depois, para Toledo, em Espanha, onde viveu e trabalhou até à sua morte.
O estilo dramático e expressivo de El Greco foi considerado estranho pelos seus contemporâneos, mas encontrou grande apreciação no século XX, sendo considerado um precursor do expressionismo e do cubismo, ao mesmo tempo que a sua personalidade e trabalhos eram fonte de inspiração, para vários artistas. El Greco é considerado pelo modernos estudiosos como um artista tão individual que não o consideram como pertencente a nenhuma das escolas convencionais. É conhecido pelas suas figuras tortuosamente alongadas e o uso freqüente de pigmentação fantástica ou mesmo fantasmagórica, unindo A tradição bizantina com a pintura ocidental.
Em Veneza trabalhou no atelier, do famoso pintor Ticiano e, sem dúvida, conheceu Tintoretto, Veronèse e Bassano, bem como a obra dos pintores maneiristas do centro da Itália, entre eles Domenichino, Parmigianino, etc.


PRAIA DO ATERRO

 

MERCE CUNNINGHAM


O coreógrafo e bailarino norte-americano, Merce Cunningham, considerado uma das maiores referências da dança contemporânea, morreu em Nova Iorque, comunicou a Cunningham Dance Foundation.
Cunningham Nasceu em 1919, no Estado de Washington, estudou ballet em Seattle antes de ser solista na companhia de Martha Graham entre 1939 e 1945. Em 1944 realizou o seu primeiro espectáculo a solo, com música do compositor John Cage, que viria a ser seu parceiro até à morte em 1992. Em 1953 fundou a sua própria companhia, um laboratório do movimento aberto à inovação e experimentação, que dirigiu até aos últimos dias, já em cadeira de rodas.No comunicado anunciando a sua morte, a fundação elogia a contribuição artística de Cunningham, afirmando que ele «revolucionou as artes visuais e do palco, não por ser meramente iconoclasta, como também para alcançar a beleza e o assombro de explorar novas possibilidades».

GATO PRETO

mira la cara que tienes..

PINTURA ITALIANA / MANEIRISMO

Alguns exemplos de quadros maneiristas:

ANGELO BRONZINO



PARMIGIANINO



ANDREA DEL SARTO






Assim como o termo Renascimento, o Maneirismo aplica-se a um movimento amplo e não a um único estilo. O Maneirismo italiano durou cerca de sessenta anos, entre 1520 e 1580. A palavra Maneirismo deriva do italiano maniera, que no fim do século XVI, significava estilo na acepção de refinamento. A arte maneirista, caracterizava-se por um refinamento assumido, muitas vezes forçado ou exagerado. Os artistas preferiam combinações cromáticas intensas, combinações complexas e inventivas, brilhantismo técnico e traço livre e fluido. A Alta Renascença foi pródiga em pintores menores, cuja obra resvalava para o Maneirismo, entre eles: Rosso, Pontormo, Andrea del Sarto, Bronzino, Correggio, Parmigianino, Dosso Dossi, Lorenzo Lotto e Domenico Beccafumi. O maior de todos os maneiristas foi sem dúvida, El Greco, que nada tem de menor, pelo contrário e, que focarei de forma mais destacada.

PAVILHÃO ROSA MOTA


Há muito pouco tempo, escrevi sobre o projecto de requalificação do Pavilhão Rosa Mota, para um Centro de Congressos, que vai aniquilar, este belo lago e uma parte considerável dos belos jardins, que são um ex-libris da cidade e fazem parte da memória dos portuenses. Sítios, para congressos há muitos, um exemplo é a Alfândega, que foi preparada, para esse fim. Os verdadeiros portuenses, que têm «alma tripeira», contrariamente ao Dr. Rui Rio, estão alerta. Um grupo de 40 cidadãos, tendo à cabeça, como já é habitual a Drª. Regina Guimarães, Pedro Abrunhosa, Pulido Valente e Valter Hugo Mãe, já fizeram uma conferência de imprensa, para impedir o projecto.

PONTE D. MARIA PIA


Em 1991, a ponte ferroviária foi desactivada e ficou ao abandono. Finalmente a Refer, está a fazer obras de conservação, que há tanto eram desejadas. O destino da ponte ainda é uma incógnita, mas a Refer disse, que já entrou em conversações com as Câmaras de Gaia e do Porto, para avançarem com o projecto de travessia ciclo-pedonal. Relativamente a Gaia, Filipe Menezes, que é sempre mais expedito, já está a construir um parque, que vai ter um restaurante panorâmico, para isso teve que soterrar a linha de comboio. Do lado de cá, temos um presidente, Rui Rio, que resolve os problemas, entregando-os aos privados, sem se preocupar muito com as soluções que estes possam ter! Alguém espera, alguma ideia brilhante do Dr. Rui Rio? Só pensa em pó-pós, aviões red-bull e cultura «pimba»!...

ADRIANO - POEMA DE ROSALÍA DE CASTRO

ROSALÍA DE CASTRO (Santiago de Compostela, 1837-Padrón, 1885)

Tive conhecimento de Rosalía de Castro, inicialmente, pela escultura, que existe no Porto, em sua homenagem, feita por Barata Feyo, mas daí a conhecer a sua obra, ainda distaram uns anos e aconteceu ouvindo Adriano Correia de Oliveira (cantor e compositor, já falecido, que muito admiro) a cantar, ESTE VAI-SE, AQUELE VAI-SE...
Depois comprei o livro, Antologia poética - Cancioneiro rosaliano e gostei bastante da sua poesia. Ainda mais tarde, comecei a deambular com frequência, pela Galiza, uma zona de Espanha, que aprecio bastante e ocasionalmente fui ter a Padrón, a terra onde Rosalía viveu os seus últimos anos. Rosalía de Castro, está na minha galeria, dos que chamo «amigos», pela «convivência espiritual», que tenho com eles e que me transmitem saber e emoções.
Rosalía de Castro é uma escritora e poeta galega. Considerada a fundadora da literatura galega moderna. 17 de Maio, Dia das Letras Galegas, é feriado devido a ser a data de edição da sua primeira obra em língua galega, Cantares Galegos.
Rosalía de Castro, teve uma vida complicada. Nasceu em Camiño Novo, um arrabalde de Santiago de Compostela e foi baptizada, como María Rosalía Rita, filha de pais desconhecidos.
A sua mãe, era María Teresa de la Cruz de Castro, fidalga, que pertencia à linhagem dos Castro, estabelecida na Galiza, desde a Idade Média. Considerada filha de José Martínez Viojo, que era padre, mas devido à sua condição, não pôde reconhecer nem legitimar a sua filha, encarregando esses cuidados às suas irmãs.
Depois do seu nascimento, foram portanto as suas tias paternas e não a sua mãe, que a tomaram a seu cargo, possivelmente para evitar o escândalo. Mais tarde, pensa-se que ainda na sua meninice, foi viver com a mãe. Desconhece-se exactamente quando se mudaram para Santiago, mas é sabido que viviam mãe e filha nessa cidade. Em Santiago recebeu formação musical, artística e literária e participou nas actividades do Liceo de la Juventud, lugar de encontro dos intelectuais comprometidos com o movimento provincialista. As correntes ideológicas, que impregnarão a obra de Rosalía, eram o socialismo e o republicanismo.Em 1856 foi para Madrid, onde viveu com uma prima. Começou a publicar e, depois casou com Manuel Murguía, investigador, cronista e jornalista. A vida do casal tornou-se itinerante devido à profissão do marido. Tiveram vários filhos.Rosalía de Castro escreveu tanto em prosa como em verso, em galego e em castelhano. A sua obra está profundamente marcada pelas circunstâncias que rodearam a sua vida: as suas origens, os problemas económicos, a perda dos seus filhos e a sua frágil saúde.
Em 1863 foi publicado em Vigo o seu primeiro grande livro, Cantares Gallegos, que marca uma nova era para a poesia galega e que foi a base de todo o ressurgimento literário da literatura galega. Cantares Gallegos, constitui o primeiro livro escrito em galego, numa época na qual a língua galega estava extinta como língua escrita. Muitos poemas do seu livro são glosas de cantigas populares, nas mesmas Rosalía denúncia a miséria, a pobreza e a emigração massiva a que estavam obrigados os galegos, sem deixar de verter seus sentimentos e vivências pessoais.
Rosalía, nos seus últimos anos viveu em Padrón. Morreu de cancro, aos quarenta e oito anos na sua casa de Padrón, que depois passou a ser museu. Rosalía, hoje repousa no Panteão de Galegos Ilustres, em Santiago de Compostela.

ANDREA DEL VERROCCHIO (1435-1488)

Famosa estátua de Bartolomeo Colleoni

Cristo e S. Tomé
Baptismo de Cristo, sendo os anjos e parte da paisagem, da autoria do seu aluno, Leonardo de Vinci

Verrocchio, foi escultor, ourives e pintor, e trabalhou na corte de Lorenzo de Médici. Entre seus alunos incluem-se Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Perugino e Ghirlandaio. Também influenciou Michelangelo e foi um escultor de primeira grandeza.
Verrocchio nasceu em Florença e começou a trabalhar como ourives na oficina de Giulio Verrocchi, de quem tomou o sobrenome. As suas primeiras pinturas, foram feitas, quando trabalhava com Filippo Lippi.
Em 1474 e 1475, pintou, O Baptismo de Cristo, agora na Galeria Uffizi, em Florença. Nesse trabalho, foi ajudado por Leonardo Da Vinci ainda jovem, que terminou a paisagem e o anjo na extrema-esquerda. Segundo Giorgio Vasari, Andrea decidiu então nunca mais pintar, pois Leonardo tinha-o ultrapassado em técnica e genialidade e, dedicou-se plenamente à escultura. Um dos seus trabalhos, mais importantes, foi a estátua equestre de Bartolomeo Colleoni. O trabalho foi encomendado pela República de Veneza. Era a primeira tentativa de produzir uma estátua com uma das pernas do cavalo não tocando o chão. A estátua é também notável pela expressão firme de comando no rosto de Colleoni. Verrocchio mudou-se para Veneza para ajudar na fundição da estátua, mas morreu, antes de terminar o trabalho

MOMENTOS VIVIDOS - MUITO BONS

Anualmente lá vou eu à Feira de Artesanato de Vila do Conde, para mim, das que conheço, é a melhor e tem bons petiscos.

CRISE!?...Quantas pessoas a meter e sempre a meter, dinheiro nas máquinas e a jogar os jogos mais pesados, como a roleta e o poker!.. Não me atrai o jogo, mas gosto de observar aquela febre e ao meu pensamento vem o romance, O Jogador, do Dostoiesvky, a narração de um viciado até às últimas consequências. Duas questões, entre muitas: como é possível acreditar que através do jogo se pode superar a crise ou como é possível em crise, ir para o casino jogar como um louco? Eu prefiro ficar a beber um copo e a ouvir a música ao vivo. Entra tanto dinheiro num casino através do jogo, que até é extremamente barato ir lá beber um copo.


TWIN PEAKS - MÚSICA EXCELENTE

DAVID LYNCH


Ontem vi o filme de Lynch, Thin Peaks, que é o compacto de uma série que vi na televisão e que segui nessa altura e da qual gostei pelo bizarro. Nunca tinha visto o filme e do mesmo não gostei nada, na compactação predomina o ambiente alucinado, com muitas alucinações e sexo debochado, consequência da cocaína. Não recomendo o filme a ninguém, no entanto deste realizador, já vi alguns filmes interessantes.

David Lynch, tinha uma inclinação para a arte e fez estudos, de acordo com a sua vocação. Ao fazer o seu primeiro filme, Eraserhead, levou para o mesmo a linguagem marcante da sua pintura, bizarra e provocadora. O filme não teve sucesso, mas logo a seguir filmou, O Homem Elefante (The Elephant Man), um grande filme, que agradou à crítica e que teve oito indicações para o Óscar. Gostei muito deste filme. Seguiu-se, Duna, mais um fracasso e a seguir, Veludo Azul (Blue Velvet),thriller com toques de fantasia, muito interessante, que deu a Lynch nova indicação para o Óscar. Em 1990 ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, com o estonteante, Coração Selvagem (Wild at Heart), do qual não gostei.
Ainda nesse mesmo ano, Lynch faria a sua estreia na televisão, como criador de uma série que marcou época, Twin Peaks, a trama gira à volta da morte de uma jovem. Com o sucesso, foi feita uma versão para o cinema, mas o filme foi um fracasso. O projecto a seguir, foi outro fracasso. Mulholland Drive, foi planeado como série televisiva, mas acabou por ser adaptada para o cinema, quando os produtores não gostaram do material apresentado. seguiu-se o filme, A Estrada Perdida (Lost Highway), outro thriller com toques de fantástico e considerado pelos fãs do cineasta, como o seu trabalho mais insano. Eu detestei. E a seguir, bem uma pérola de simplicidade e sentimentalismo puro, que me agradou imenso, Uma História Simples (The Straight Story). O filme é diferente de tudo que ele já havia feito, sem quase nenhum elemento bizarro, a não ser o facto do protagonista atravessar o país num pequeno tractor para visitar o irmão. Houve mais filmes, que eu não vi. Para concluir, Lyhch é um realizador imprevisível e consegue fazer muito maus filmes e muitos bons filmes.

LEONARDO DA VINCI (1452-1519)









De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu.Giorgio Vasari


Leonardo da Vinci, foi pintor, escultor, arquitecto, engenheiro, matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, inventor, anatomista, escritor, poeta e músico. Um verdadeiro sábio, em toda a acepção da palavra.
Leonardo foi o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, e de uma pessoa dotada dos talentos mais diversos, como há poucas.

Era filho ilegítimo de um notário, Piero da Vinci, e de uma camponesa, Caterina, residentes em Vinci, na região da Florença. Leonardo foi educado no atelier do pintor florentino, Verrocchio. Passou a maior parte, do início de sua vida profissional, ao serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão; trabalhou posteriormente em Roma, Bolonha e Veneza e passou os seus últimos dias em França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco I.
Leonardo, é mais conhecido como pintor. Duas das suas obras, Mona Lisa e A Última Ceia, estão entre as pinturas mais famosas, mais reproduzidas e mais parodiadas de todos os tempos. O desenho do Homem Vitruviano, feito por Leonardo, também é tido como um ícone cultural. Cerca de quinze das suas pinturas sobreviveram até os dias de hoje; um número pequeno, que se deve às suas constantes experiências, frequentemente desastrosas, com novas técnicas. Estas poucas obras, juntamente com seus cadernos de anotações - que contêm desenhos, diagramas científicos e pensamentos sobre a natureza da pintura - formam uma contribuição às futuras gerações de artistas, que só pode ser rivalizada à do seu contemporâneo, Michelangelo.


O tempo mostra-nos quem foram as pessoas realmente importantes da nossa vida, mesmo que tenham estado lá pouco tempo. E quem foram as outras que esquecemos ou que teríamos feito melhor em esquecer. O tempo traz-nos essa divisão de águas em relação a tudo, é um seleccionador de escolhas.
Palavras de Miguel Sousa Tavares, sobre o livro «Deserto em ti», que ontem comecei a ler e só parei a meio do livro.